O dia 10 de fevereiro de 2025 trouxe um mercado financeiro dividido: enquanto o Nasdaq tentava se recuperar com esperanças de um acordo comercial EUA-China, as tarifas de Trump e dados decepcionantes de emprego jogaram água no otimismo. Para completar, o dólar enfraqueceu, e o ouro disparou para perto de US$ 2.900/oz. Neste artigo, você vai entender como esses fatores se conectam, quais setores estão em risco e como transformar crise em oportunidade. Vamos decifrar o caos?
1. Nasdaq: Entre Esperança e Realidade
O Nasdaq avançou 0,35% no início do dia, impulsionado por rumores de um acordo comercial que reduziria tarifas entre EUA e China. Gigantes como Amazon e Microsoft lideraram ganhos, com investidores apostando em alívio para empresas de tecnologia dependentes de componentes chineses 1. No entanto, o índice fechou em queda de 0,51% após dados de emprego abaixo do esperado reacenderem temores de desaceleração econômica.
Principais drivers:
- Setor de IA em foco: A Intel subiu 2,1% após anunciar parceria com a Huawei para contornar restrições comerciais.
- Alívio regulatório: A Alphabet (Google) recuperou 1,3% com notícias de que a UE suspenderia investigações antitruste em troca de investimentos em data centers.
Riscos à vista:
- Exposição à China: 40% das receitas do Nasdaq vêm de empresas com operações na China, como Apple e Nvidia.
- Custos de produção: As tarifas de Trump elevam preços de chips e componentes, pressionando margens de lucro.
2. Tarifas de Trump: O Terremoto que Não Cessa
Donald Trump anunciou tarifas de 25% sobre México/Canadá e 10% sobre a China, reacendendo temores de guerra comercial global. O impacto foi imediato:
- Quedas globais: Nikkei (-2,1%), DAX (-1,4%) e Ibovespa (-1,8%) refletiram o pânico.
- Setores mais atingidos:
- Automotivo: GM (-4,2%) e Ford (-3,7%) enfrentam custos 30% mais altos com peças mexicanas.
- Tecnologia: Nvidia (-1,9%) e TSMC (-2,4%) temem retaliações chinesas a chips.
Por que isso importa?
As tarifas ameaçam US$ 1,5 trilhão em comércio na América do Norte, podendo reduzir o PIB dos EUA em até 0,5% em 2025, segundo o Instituto Peterson.
3. Non-Farm Payrolls (NFP): O Dado que Decepcionou
O relatório de emprego de janeiro trouxe números abaixo do esperado:
- Criação de empregos: 145 mil (vs. previsão de 180 mil).
- Taxa de desemprego: Subiu para 4,2% (vs. 4,0% anterior).
- Salários (AHE): Crescimento de 3,6% (vs. 3,8% esperado).
Impactos no mercado:
- Fed sob pressão: Dados fracos aumentam apostas em cortes de juros em julho, beneficiando techs dependentes de crédito barato.
- Dólar fraco: O DXY caiu 0,8%, impulsionando ouro (+1,8%) e prata (+2,5%) como refúgios.
Estratégia para traders:
- Compre ouro: ETFs como GLD são hedge contra incertezas.
- Venda dólar: Pares como EUR/USD podem subir para 1,0900 se o Fed sinalizar cortes.
4. Dólar Fraco vs. Metais Preciosos em Alta
A combinação de NFP fraco e tarifas de Trump criou um cenário ideal para metais:
- Ouro: Subiu 1,8%, atingindo US$ 2.890/oz — maior nível desde 2024.
- Prata: Valorizou 2,5%, impulsionada por demanda industrial e fuga de riscos.
Motivos por trás da alta:
- Inflação persistente: Tarifas elevam custos de importação, pressionando o CPI.
- Aversão a riscos: 60% dos investidores migraram para ativos seguros nesta semana.
5. Estratégias para Traders em 2025
- Diversifique com tech resiliente:
- Invista em empresas com cadeias locais, como Intel (parceria com Huawei) e IBM (cloud híbrida).
- Proteja-se com ouro e prata:
- Aloque 10-15% do portfólio em ETFs como GLD e SLV.
- Monitore o Fed:
- Palavras-chave de Powell: “flexibilidade” (cortes) vs. “vigilância” (juros altos).
- Aposte em commodities agrícolas:
- Soja e milho podem subir com tarifas mexicanas; invista em ETFs como CORN e SOYB.
- Use stop loss em expostos a tarifas:
- Defina limites de 5-7% para ações como Nvidia e GM.
2025 está sendo um ano de alta complexidade: tarifas redefinem cadeias globais, dados macroeconômicos mistos desafiam o Fed, e metais preciosos brilham como refúgio. Para traders, a lição é clara: adaptação é a chave. Diversifique, proteja ganhos e aproveite correções — porque, como diria Warren Buffett, “o medo é o aliado do investidor preparado”